Evellyn Hertz – Quando você se escolhe: Uma mala, muitos recomeços.
Há momentos em que o incômodo deixa de ser apenas um pensamento passageiro. Ele se transforma em urgência, em silêncio gritando por mudança. E é nesse ponto, quase invisível aos olhos do mundo, que muitas pessoas decidem recomeçar.
Nem sempre é sobre o lugar. Muitas vezes, é sobre caber dentro da própria vida.
Talvez você conheça essa sensação: um cansaço que não vem só do trabalho, mas de se apertar em expectativas, relações ou rotinas que já não fazem sentido. O desconforto de viver em um espaço onde você não se reconhece mais. A vontade de respirar novos ares, por dentro e por fora.
E então, surge uma escolha que pode parecer ousada, insana ou improvável… mas que, no fundo, é apenas uma coisa: necessária.
Recomeçar não é fugir. É encontrar um caminho de volta para si.


Mudar de país, de cidade ou até de ritmo pode ser o estopim. Mas a verdadeira transformação acontece no momento em que você assume o protagonismo da própria vida. Quando decide não mais viver no piloto automático. Quando percebe que não precisa pedir permissão para ocupar o espaço que já é seu.
E é aí que nasce um tipo de autoestima que não depende de espelhos nem de aplausos. Ela aparece no simples ato de confiar em si. De andar sozinha por ruas desconhecidas e sentir prazer nisso. De ocupar mesas, conversas e decisões como quem sabe o valor que tem.
A coragem, ao contrário do que dizem, não precede o movimento. Ela surge no meio do caminho, quando a mala está feita, o medo se mistura à empolgação e a dúvida se transforma em liberdade.


Talvez a maior prova de amor-próprio não esteja em grandes discursos, mas no simples gesto de se escolher, mesmo quando isso significa partir. Porque partir, às vezes, é se reencontrar. E não é preciso ter todas as respostas. É preciso ter vontade e verdade.
Então, se você está à espera do momento certo para mudar, recomeçar ou se reconectar: ele pode ser agora. A vida não espera. E você não precisa de permissão para ser quem é.
A mala pode até carregar roupas. Mas o que ela leva mesmo… é a coragem de se viver com propósito.
Por: Evellyn Hertz
Revisor de Texto: Abílio Mandlate
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