Desde que me tornei mãe, tudo mudou inclusive a forma como me via. Fala-se muito sobre o amor imenso, sobre o cheirinho do bebé, sobre as primeiras palavras… Mas quase ninguém fala do espelho. Daquele momento em que te olhas e perguntas: “Onde está a mulher que eu era?”

A maternidade transforma. E não só o corpo, mas também a mente, as emoções, os sentimentos.

A barriga que acolheu uma vida agora carrega marcas. Os olhos revelam o cansaço das noites mal dormidas. As roupas já não assentam como antes. E, no meio de tudo isso, tentamos encontrar-nos novamente.

https://www.revistavoix.com/wp-content/uploads/2022/03/logo.png - Marcelle Silva - Olhei-me ao espelho e não me reconheci: A autoestima depois da maternidade. -

A sociedade pressiona: “recupera o corpo”, “volta à forma”, “não te descuides”.

Mas ninguém nos diz que autoestima não é apenas uma questão estética é uma questão de identidade. É tentar reconhecer-se num corpo e numa rotina que já não são os mesmos. E está tudo bem com isso.

O que aprendi e continuo a aprender é que a autoestima não regressa num passe de magia.

Ela reconstrói-se, pouco a pouco.

Num banho mais demorado, num cabelo lavado com carinho, numa roupa que nos faz sentir bem, numa conversa honesta com outra mãe que também se está a redescobrir.

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Ela aparece quando nos olhamos com mais ternura e menos julgamento.

Quando percebemos que não precisamos de ser a mulher de antes porque agora somos ainda mais incríveis.

Ser mãe é uma revolução. E dentro dessa revolução, tu continuas a ser importante.

A tua autoestima também merece colo, cuidado e amor.

Por: Marcelle Silva

Revisor de Texto: Abílio Mandlate

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