Recomeços: quando a dor pede voz..
- 10 de setembro de 2025
Há momentos que nos desarmam. A partida de um avô, a ausência do animal de estimação que era companhia diária, a decisão dos pais seguirem caminhos diferentes. Situações que deixam uma criança sem chão, a perguntar-se como se volta a acreditar, como se recomeça depois da perda.
Recomeçar não é esquecer. É olhar para a saudade de frente, dar-lhe espaço, permitir que a dor exista sem a transformar em silêncio. A prevenção do suicídio começa muito antes da urgência — nasce quando ensinamos uma criança a nomear o que sente, a chorar sem vergonha, a falar sobre aquilo que perdeu.
Foi nesse espírito que nasceu Benny tem um sonho. Um livro que não foge às lágrimas, mas que as acolhe. Que ajuda crianças e adultos a compreender que o fim de um capítulo pode ser também o início de outro. Que amar inclui despedir-se, mas também continuar a viver com quem partiu guardado no coração.
Cada página abre uma janela para a esperança. Mostra que a dor não rouba a capacidade de sonhar. Que é possível transformar a ausência em presença interior. Que a força pode nascer da fragilidade.
Recomeçar é um gesto de amor. Um caminho onde a dor se transforma em memória, e a memória em desejo de continuar.
Por: Lídia Farinha
Texto revisado por: Revista Voix
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